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domingo, 29 de agosto de 2010

Acontecimentos no ano de 1796


  • A criação da Real Biblioteca Pública da Corte

A Real Biblioteca Pública da Corte, criada por Alvará no dia 29 de Fevereiro de 1796, foi pioneira na Europa por ter como objectivo disponibilizar a toda a população nacional os manuscritos e textos, numa altura que a prensa já era largamente utilizada, ao contrário da tendência europeia para reservar os documentos a clérigos e sábios.

De entre os vários núcleos fundacionais da Casa que é hoje a Biblioteca Nacional, deve destacar-se um importante conjunto que constou de uma Doação feita por Frei Manuel do Cenáculo à Real Biblioteca Pública da Corte antes desta «abrir ao público», em 1796-97, e cujos catálogos próprios foram elaborados por António Ribeiro dos Santos, lente de Coimbra e ex-bibliotecário dessa Universidade, que foi o primeiro bibliotecário-mor da instituição.

Em carta datada de 27 de Setembro de 1796, Frei Manuel do Cenáculo, então Bispo de Beja e afastado do centro da Corte régia, anuncia a Ribeiro dos Santos a intenção de «concorrer muito de graça com algum sortimento» para a Real Biblioteca, doando-lhe uma «destroçada livraria» que possuía.

Tal colecção, cujo «Catalogo Methodico dos Livros» o próprio Ribeiro dos Santos elaborou a à qual viria a chamar «Casa dos Livros de Beja», além de volumosa, é valiosíssimo núcleo de raridades bibliográficas classificados nas áreas das Belas Letras, da Filosofia (como vasta área dos saberes que inclui várias disciplinas científicas ainda, então, não autonomizadas), das Ciências Civis e Políticas, da História, com obras de autores antigos como contemporâneos do doador, manuscritos e impressos, por vezes em edições e exemplares únicos no mundo.

  • Reconstrução do Conselho de Estado
Por decreto de 4 de Julho de 1796, em nome da Raínha foi reconstruído o conselho de Estado, que stava reduzido a 3 secretários de Estado, por inerência de cargos, alargando-o a um maior número de elementos, "atendendo às presentes ocorrências" em alusão clara à eventualidade da proximidade dum conflito militar.
Foram nomeados 12 novos membros
  • o cardeal patriarca, D.José Francisco Miguel António de Mendonça
  • o duque de Lafões,D. João Carlos de Mascarenhas da Silva
  • o marquês de Castelo Melhor, D.António José de Vasconcelos Faro e Veiga
  • o marquês de Angeja, D. José Xavier de Noronha Sousa Moniz
  • o conde de Resende
  • o conde de Vale dos Reis
  • o conde de Pombeiro, D. José Luís de Vasconcelos e Sousa
  • Luís de Vasconcelos e Sousa
  • João de Saldanha de Oliveira e Sousa
  • D.Alexandre de Sousa Holstein
  • D.Diogo de Noronha
  • o marquês de Pombal, Henrique José de Carvalho e Melo
Este conselho reuniu diversas vezes, no Palácio das Necessidades ou no de Queluz

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Lançamento da primeira pedra do Palácio da Ajuda



D.João aprovara a construção de raiz de um novo palácio, cuja traça do plano é de Manuel Caetano de Sousa que apresenta um projecto de arquitectura do tipo barroco

O lançamento da primeira pedra é celebrado a 9 de Novembro de 1795.

Ainda no início desta construção, chegaram entretanto a Portugal dois arquitectos vindos da escola de Bolonha e seguidores da nova corrente de inspiração neoclássica, que exerceram influência junto do Príncipe D.João pondo este de parte o projecto Barroco.

Este foi um confronto teórico entre as principais correntes estéticas presentes em Portugal nos inícios do século XIX: o barroco e o rococó, que dominava a solução formal de Caetano e o neoclássico de derivação italiana, representado por Fabri e Costa e Silva.

A substituição de Manuel Caetano por estes dois arquitectos na direcção das obras do palácio vem confirmar a vitória do partido neoclássico. Embora Costa e Silva pretendesse aproveitar a construção existente, reformulando o seu programa formal e compositivo, Fabri considerava que a obra deveria ser inteiramente refeita.

O compromisso entre estas duas posições manteve-se até 1913, quando o arquitecto Costa e Silva se desloca definitivamente para o Brasil, deixando a orientação das obras entregue a Fabri. As obras prosseguiram lentamente e, em 1817, Fabri morre deixando o palácio bastante incompleto.

O estilo adoptado é civil residencial, de estilo neoclássico, de planta sensivelmente quadrada, organizando, em torno de um pátio quadrangular, quatro alas, cuja volumetria paralelepipédica é coberta por telhados a duas águas, articulados nos ângulos.