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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Reuniões do Conselho de Estado levam à aceitação do Bloqueio Continental



(António de Araújo de Azevedo)

O incumprimento por parte de Portugal do clausulado do Bloqueio Continental imposto por Napoleão e a concentração em Baiona de tropas franco-espanholas em Julho e a nova imposição de Bonaparte no sentido de Portugal cortar relações com a Inglaterra em Agosto de 1807, levaram D.João a convocar o Conselho de Estado que se reuniria a 19 de Agosto.

As notícias sobre o resultado dessa reunião indicam que, a opção de rejeição do ultimato francês, só terá encontrado defensores entres os que defendiam a aliança inglesa D.Rodrigo de Sousa Coutinho e D.João de Almeida

A ideia da resistência à eventual invasão franco-espanhola com o apoio efectivo de tropa inglesas e a possibilidade da retirada da corte para o Brasil, não colhiam nessa altura a preferência da maioria dos conselheiros.

Assom, Portugal declara aderir ao Bloqueio Continental, por meio de uma carta de António de Araújo de Azevedo, secretário de estado dos negócios estrangeiros, enviada ao seu homólogo francês a 25 de Setembro

Mesmo assim foi desde logo dada ordem para preparação da frota que demonstrava que pelo menos na questão da retirada da família real haveria acordo entre os conselheiros.


Por certo a razão principal da aquiscência da maioria dos conselheiros de Estado em aderir ao Bloqueio Continental prendia-se com o facto de Portugal temer a concretização da potencial invasão franco-espanhola.


Essa razão foi compreendida pelo embaixador inglês Lord Strangford, que chegou a informar o seu governo, da verdadeira razão para Portugal decretar o fecho dos portos aos navios britânicos e que esse acto só seria hostil na aparência.


A questão contudo na perspectiva inglesa não era tão simplista porque não era simplesmente a do fecho dos portos aos navios, que os preocupava, mas sobretudo, a posição estratégica dos mesmos, bastando imaginar o porto de Lisboa a servir de apoio aos navios franceses.


O historial recente demonstrara que em condições praticamente idênticas, os ingleses tinham recentemente arrasado o porto de Copenhaga para evitar que armada dinamarquesa fosse capturada pelos franceses,

Nada garantiria portanto que o mesmo não fosse efectuado em Lisboa.