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segunda-feira, 23 de julho de 2012

A 2º invasão francesa-1ªparte

Entretanto Napoleão entrara em Espanha a 4 de Novembro de 1808 disposto a resolver de vez a questão ibérica trazendo com ele, uma força superior a 200 mil homens.

Esta grande ofensiva dirigida pelo próprio imperador levou Sir John Moore,chefe das forças britânicas na Península, a deslocar a maior parte das forças britânicas existentes em Portugal, para Espanha com o objectivo de, juntamente com os exércitos espanhóis, enfrentar esta ameaça.

A campanha terminou com a retirada das tropas britânicas após a batalha da Corunha (16 de Janeiro de 1809).

Napoleão, entretanto, tinha voltado para França para enfrentar os austríacos que o pressionavam sob a ameaça de invasão. tendo deixado a perseguição do exército britânico a cargo do seu II Corpo de Exército, sob comando do marechal Nicolas Soult.

As ordens que Soult tinha recebido de Napoleão consistiam em marchar em direcção ao Porto após o embarque das tropas britânicas na Corunha, devendo aquela cidade ser ocupada a 1 de Fevereiro.

Quando Soult deixou a Corunha dirigiu-se a Ferrol que se submeteu sem dificuldade a 26 de Janeiro de 1809. À vontade da população em resistir aos franceses, opunha-se a falta de determinação dos comandantes militares. O mesmo sucedeu com Vigo e Tui. No dia 2 de Fevereiro a guarda avançada de Soult chegou à margem norte do rio Minho mas só no dia 16 de Fevereiro, depois de estarem reunidas todas as forças, foi feita a tentativa de entrar em Portugal.

A primeira tentativa de Soult para entrar em Portugal foi levada a cabo entre Camposancos (na margem norte, a cerca de 3 km da foz do rio Minho) e Caminha (na margem sul).

A travessia foi tentada em duas ou três dezenas de barcos de pescadores e, desta forma, apenas podiam ser transportados cerca de 300 homens de cada vez. As forças irregulares portuguesas que vigiavam na margem sul abriram fogo e só três embarcações chegaram ao seu destino com trinta e poucos homens que foram imediatamente aprisionados.

Soult decidiu não fazer outra tentativa de atravessar o Minho e deu ordem às suas unidades para marcharem em direcção a Ourense e daí seguirem em direcção a Chaves pelo vale do rio Tâmega.

Numa viagem marcada por confrontos com os insurrectos espanhóis, as primeiras forças chegaram a Ourense no dia 20 de Fevereiro e encontraram intacta a ponte que lhes permitia atravessar o rio. Só no dia 24 estavam concentradas todas as forças. Soult conservou o seu quartel general em Ourense por mais 9 dias para reabastecer e reparar equipamentos. O avanço para Portugal ficou marcado para 4 de Março.

No dia 4 o exército francês marchou de Ourense para Allariz e daí para Monterrei onde esperou mais três dias para permitir às unidades e trens mais à retaguarda acompanharem o grosso das forças.

No dia 10 de Março retomou a marcha em direcção a Chaves com forças em ambos os lados do Tâmega. As forças espanholas do marquês de La Romana tinham retirado daquela região e o brigadeiro Silveira governador militar de Trás-os-Montes, ficou isolado perante o invasor.

Outras forças portuguesas encontravam-se em Braga e Porto, sob o comando do general Bernardim Freire de Andrade, governador militar do Porto, mas foi decidido que não se juntariam a Silveira.

Perante a impossibilidade de resistir ao invasor, Silveira retirou as suas forças regulares para as posições de São Pedro de Agostém, a sul de Chaves.

No entanto, as numerosas forças irregulares que o acompanhavam bem como parte do Regimento de Infantaria 12 de Chaves, decidiram defender aquela praça. Soult resolveu começar por atacar as forças do brigadeiro Silveira em São Pedro que foram obrigadas a retirar para Vila Real.

Sentindo-se menos protegidos os defensores da praça de Chaves renderam-se no dia 12 de Março. Soult fez de Chaves a sua base para as futuras operações em Portugal.