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domingo, 19 de dezembro de 2010

Remodelação ministerial e o exercito

A ameaça militar que começara a perfilar-se desde 1796, quando por força do pacto da família Bourbon, a Espanha modifica o seu alinhamento, produzindo efeitos sobre a coroa portuguesa, não só pelas ligações com entre coroas ibéricas como o clássico alinhamento britânico.

O perigo militar começara a acentuar-se a partir de meados de 1800. Um exercito a precisar de reforma mas cujo chefe supremo o duque de Lafões, juntava à sua avançada idade a incapacidade de tomar decisões no sentido de tornar o corpo militar minimamente eficaz, para a defesa do Reino.

Foi decidido contratar militares estrangeiros para proceder à reorganização que se percebia necessária, menos o duque de Lafões, mas que bem ao modo hesitante de D.João, não era demitido do seu posto de marechal-general e comandante supremo.

O príncipe Waldeck foi o primeiro a ser contratado em princípios de 1797, recebeu a patente de Marechal do Exército em Abril de 1797, tendo chegado a Portugal no mês seguinte.

A falta de consideração com que o duque de Lafões, marechal-general do exército, o recebeu e o tratou ficou célebre na Europa.

O príncipe de Waldeck ocupou o seu tempo em Portugal em viagens de inspecção aos regimentos estacionados nas fronteiras e no campo da Azambuja, pondo em prática as reformas que tinham sido decretadas em 1796, e que estavam em começo de execução quando chegou a Portugal.

Em 24 de Setembro de 1798, 16 meses depois de ter desembarcado em Lisboa, morria nos seus aposentos no Palácio da Vila de Sintra. Foi enterrado no Cemitério das Nações Estrangeiras de Lisboa, o actual cemitério inglês.

Com a morte do príncipe de Waldeck, o governo português tentou encontrar um novo general estrangeiro para comandar o exército em campanha, com que se contou desde logo com o apoio do duque de Brunswick, general ao serviço da Prússia, e antigo comandante do exército britânico durante a Guerra dos Sete Anos.

A escolha recaiu sobre um general prussiano, escolha essa que desde Fevereiro de 1799 se concentrou na figura do conde de Goltz.

As negociações não se desenvolveram e só em Novembro de 1799, o assunto veio de novo à baila, mais uma vez por intermédio do visconde de Anadia, embaixador de Portugal em Berlim.

A proposta de contratação foi realizada em finais de Abril, tendo sido aceite pelo conde em 28 de Abril de 1800. O contrato realizado por 6 anos, foi assinado em Berlim em 17 de Maio de 1801, e a carta régia de nomeação de Goltz como marechal foi expedida em 1 de Julho.

Já estava em Portugal em Setembro desse ano, mas a sua chegada deve-se ter realizado algum tempo antes, já que desde meados de Julho estava preparado para sair de Copenhaga.

De Setembro de 1800 a Julho de 1801, estudará o exército, fará algumas propostas de reforma, mas não assumirá nunca o mesmo tipo de funções do príncipe de Waldeck, que realizou várias viagens de inspecção.

A situação incompatível entre o Duque de Lafões e Goltz, continuava por definir, agravando-se mesmo no princípio de 1801, quando após a morte do Marquês de Ponte de Lima, D.João reforçaria a autoridade de Lafões, nomeando-o mordomo-mor e ministro assistente ao despacho, situação de máxima proeminência, mesmo sobre Luís Pinto de Sousa, até então subsecretário de estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra