Acontecimentos no reinado de D.João VI, divididos em três partes .governo em nome da rainha (1792-1799) .a regência de !799 a 1816 .e o reinado entre 1816 e 1826
domingo, 19 de dezembro de 2010
Remodelação ministerial e o exercito
O perigo militar começara a acentuar-se a partir de meados de 1800. Um exercito a precisar de reforma mas cujo chefe supremo o duque de Lafões, juntava à sua avançada idade a incapacidade de tomar decisões no sentido de tornar o corpo militar minimamente eficaz, para a defesa do Reino.
Foi decidido contratar militares estrangeiros para proceder à reorganização que se percebia necessária, menos o duque de Lafões, mas que bem ao modo hesitante de D.João, não era demitido do seu posto de marechal-general e comandante supremo.
O príncipe Waldeck foi o primeiro a ser contratado em princípios de 1797, recebeu a patente de Marechal do Exército em Abril de 1797, tendo chegado a Portugal no mês seguinte.
A falta de consideração com que o duque de Lafões, marechal-general do exército, o recebeu e o tratou ficou célebre na Europa.
O príncipe de Waldeck ocupou o seu tempo em Portugal em viagens de inspecção aos regimentos estacionados nas fronteiras e no campo da Azambuja, pondo em prática as reformas que tinham sido decretadas em 1796, e que estavam em começo de execução quando chegou a Portugal.
Em 24 de Setembro de 1798, 16 meses depois de ter desembarcado em Lisboa, morria nos seus aposentos no Palácio da Vila de Sintra. Foi enterrado no Cemitério das Nações Estrangeiras de Lisboa, o actual cemitério inglês.
Com a morte do príncipe de Waldeck, o governo português tentou encontrar um novo general estrangeiro para comandar o exército em campanha, com que se contou desde logo com o apoio do duque de Brunswick, general ao serviço da Prússia, e antigo comandante do exército britânico durante a Guerra dos Sete Anos.
A escolha recaiu sobre um general prussiano, escolha essa que desde Fevereiro de 1799 se concentrou na figura do conde de Goltz.
As negociações não se desenvolveram e só em Novembro de 1799, o assunto veio de novo à baila, mais uma vez por intermédio do visconde de Anadia, embaixador de Portugal em Berlim.
A proposta de contratação foi realizada em finais de Abril, tendo sido aceite pelo conde em 28 de Abril de 1800. O contrato realizado por 6 anos, foi assinado em Berlim em 17 de Maio de 1801, e a carta régia de nomeação de Goltz como marechal foi expedida em 1 de Julho.
Já estava em Portugal em Setembro desse ano, mas a sua chegada deve-se ter realizado algum tempo antes, já que desde meados de Julho estava preparado para sair de Copenhaga.
De Setembro de 1800 a Julho de 1801, estudará o exército, fará algumas propostas de reforma, mas não assumirá nunca o mesmo tipo de funções do príncipe de Waldeck, que realizou várias viagens de inspecção.
A situação incompatível entre o Duque de Lafões e Goltz, continuava por definir, agravando-se mesmo no princípio de 1801, quando após a morte do Marquês de Ponte de Lima, D.João reforçaria a autoridade de Lafões, nomeando-o mordomo-mor e ministro assistente ao despacho, situação de máxima proeminência, mesmo sobre Luís Pinto de Sousa, até então subsecretário de estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra
terça-feira, 30 de novembro de 2010
A ocupação inglesa de Goa
O governador Veiga Cabral era um homem de acanhada inteligência e muita vaidade, de modo que Clarke torneou a questão da ocupaçõa efectiva pedindo-lhe todo os dias as senhas de segurança militar como se seu subordinado fosse e pretando-lhe todas as homenagens como se Cbral fosse o seu superior, levando o governador a elogiar para Lisboa a conduta dos regimentos ingleses.
Do governo de Lisboa, recebeu contudo ordens diferentes, para que interviesse junto do marquês de Wellesley governador da India britânica, que promovesse a retirada das tropas inglesas de Goa.
Ao contrário e depois de algumas operações de maquilhagem com retiradas parciais de tropas , reforçadas com a chegada de muitas mais, acabaram por ser igualmente ocupadas Damão e Diu.
Só a 1813 começaram os ingleses a evacuar os territórios da india portuguesa e a 2 de Abril do mesmo ano sairia o ultimo regimento inglês da India
(creitos História de Goa de Manoel José Gabriel Saldanha)
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
O Conselho de regência em tempo de crise
Acrescia a este aspecto de natureza política, outro de natureza financeira, acusando-o de não saber gerir as finanças públicas, oprimindo o povo com a emissão continuada de papel-moeda o que o desacreditava bastante, ao mesmo tempo que desvalorizava esse mesmo papel, e ainda ao facto de ter sido inteiramente delapidado um empréstimo de 20 milhões de cruzados que tinha sido concedido.
Os partidos existentes reflectiam também os campos de influência politica francesa ou inglesa, sendo D.António de Araújo Azevedo, Seabra da Silva e o duque de Lafões defensores da primeira e D.Rodrigo de Sousa Coutinho e o marquês de Ponte de Lima do lado as orientações vindas de Londres.
A ascensão de Napoleão ao poder com o 18 Brumário deste ano, viria a ameaçar Portugal de uma invasão através da Espanha, visto que o ministro Godoy, não deixava de incentivar o seu rei Carlos IV, pai de Carlota Joaquina a invadir Portugal, ne sequência do estimulo napoleónico para afrontar o mais antigo aliado britânico.
Talvez por razões de solidariedade para com a filha tenha obstado a que Carlos IV o fizesse contrariando os conselho de Godoy. Esse foi o lado positivo do casamento de D.João com uma tão alta figura da família Borbon espanhola.
Essa mesma predominância, custou a Carlota Joaquina a presença no Conselho de Regência, então formado por oposição específica do duque de Lafões, que não veria com bons olhos a presença dela nesse órgão, exactamente pelos seus laços de sangue.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
A formalização da regência
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Acontecimentos no ano de 1798
- A inauguração do Teatro de São João no Porto
Denominado originalmente como Real Teatro de São João, a sua primitiva edificação foi erguida em 1794 por determinação de Francisco de Almada e Mendonça, com projecto do arquitecto italiano Vicente Mazzoneschi, que havia sido cenógrafo do Teatro de São Carlos em Lisboa.
Foi inaugurado com a comédia "A Vivandeira" a 13 de Maio de 1798 , com o intuito de assinalar o aniversário do príncipe D.João, motivo este por que, nos primeiros tempos, ainda lhe deram o nome de Teatro do Príncipe.
A estrutura interior do original Real Teatro de São João era semelhante à do Teatro de São Carlos, e a sua composição próxima dos teatros de tipo italiano que, na época, se tinham estabelecido como regra de sucesso.
Origem: Wikipédia
- A abertura da Sociedade Geral Marítima
A Sociedade Geral Marítima, como irá ser conhecida, era formada por oficiais da Marinha e do Exército, os professores das três academias militares, da Marinha, da dos Guardas Marinhas e da de Fortificação, assim como quatro professores da Universidade de Coimbra.
Em 1807, de acordo com o Almanaque para o ano de 1807 publicado originalmente pela Academia das Ciências, os membros da Sociedade são ao todo 68, dos quais 39 são oficiais do exército, e pelo menos 5 são oficiais da marinha de guerra; 44 militares em 68 sócios, a quem D. Rodrigo de Sousa Coutinho explicará, todos os anos, de 1798 até 1802, nas sessões de abertura dos trabalhos da Sociedade, a política geral da coroa, assim como as realizações e os planos no domínio da política de reformas.
Esta instituição, que nunca fez parte das instituições militares portuguesas, propriamente ditas, aparece para centralizar os trabalhos dos engenheiros portugueses, na altura e ainda por muito tempo, exclusivamente militares. Esta instituição parece ser uma tentativa de criar uma câmara de ressonância para a divulgação dos projectos de reformas económicas, financeiras e institucionais propostas pelo secretário de estado Sousa Coutinho,
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
A extinção do cargo de correio-mor
A criação desse tipo de serviço postal surge pela necessidade da nobreza e da burguesia portuguesas manterem intensos contactos com outros estados e mercadores devido à emergência de Portugal como primeira potência marítima terrestre.
O ofício de correio-mor era público, o que dava a qualquer súbdito a prerrogativa de utilizá-lo mediante um pagamento estipulado. O cargo esteve sujeito à nomeação do rei até 1606, quando Filipe II o vendeu a Luís Mata Coronel, primeiro correio-mor das Cartas do Mar, pela quantia de 70.000 cruzados, dando início à primeira dinastia postal do mundo.
Esta família manteve esse monopólio por quase dois séculos, procurando modernizar os serviços. No entanto, somente os mais abastados tinham acesso a este serviço, que era caro e ineficiente.
O correio-mor prestava o serviço por encomenda, não constituindo uma actividade regular, devido principalmente à má conservação das estradas e das condições climáticas, uma vez que as cartas e as encomendas eram entregues a pé ou a cavalo. Os destinatários de além-mar, principalmente do Brasil, tinham de se conformar com a morosidade das rotas marítimas e sua fragilidade.
A nova conjuntura social portuguesa surgida no final do Séc. XVIII, levou a incorporação do serviço postal pela Coroa , estatatizando-o em 1797 por decreto, com o intuito de tornar tal ofício mais eficiente e público.
Desta forma, terminou a actividade postal lucrativa do correio-mor, porém foram dados ao último Correio Mor, Manuel José da Mata de Sousa Coutinho, várias compensações, entre as quais o titulo de Conde de Penafiel
O primeiro director dos Correios "estatizados" foi Luís Pinto de Souza.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Acontecimentos no ano de 1796(II)
- Decreto de neutralidade nos portos portugueses
A posição de Portugal ficou muito complicada com a assinatura da paz de 1795 entre a Espanha e a França, pelo Tratado de Basileia, e com a constituição da aliança ofensiva e defensiva entre essas duas potências, pelo Tratado de Santo Ildefonso de 18 de Agosto de 1796, e a declaração de guerra da Espanha ao Reino Unido, em Outubro seguinte.
A aliança com a Espanha mantinha-se, mas Portugal assinara agora um tratado de aliança com a Grã-Bretanha, fruto não só das consquências da velha aliança, mas também porque a constituição do Conselho de Estado recentemente criado era maioritariamente formado por pessoas pertencentes ao que se chamava na altura ao "partido inglês", em suma representantes de pessoas simpatizantes da causa inglesa.
Mesmo sabendo-se que a aliança franco-espanhola era dirigida contra a Grã-Bretanha, Portugal encontrava-se, necessariamente, no meio da luta entre a Espanha e o Reino Unido. O país confrontava-se com um triplo problema
a França considerava-se inimiga, fazendo guerra de corso nos mares; aceitava discutir a paz sob mediação espanhola, mas continuava a exigir o fecho dos Portos portugueses aos britânicos, como condição prévia à assinatura de qualquer tratado, para além de querer a liberdade de navegação no rio Amazonas.
Nesta situação, Portugal fora convertido em parte integrante dos planos de ataque franceses e espanhóis contra a Grã-Bretanha, ao contrário do que as duas potências sustentavam.
Este era o problema a que a diplomacia portuguesa tinha de dar resposta. Era-lhe essencial manter a relação preferencial com a Grã-Bretanha, a fim de manter as rotas comerciais marítimas livres de perigo, e assegurar o mercado britânico para o vinho do Porto, o mais importante e valioso produto de exportação português, e que não tinha nenhum outro mercado importador de substituição.
Estes constrangimentos impediam o país de ter uma política externa totalmente independente, e tornavam-no, aos olhos dos governos continentais, e sobretudo da França, uma potência submetida aos interesses estratégicos e comerciais britânicos.
Qualquer das posições francesas e espanholas referidas era inaceitável para Lisboa. Não se considerava em guerra com a França, e defendia intransigentemente o estatuto de neutral, ao afirmar que participara na campanha do Rossilhão como potência auxiliar da Espanha, o que de acordo com as regras diplomáticas da época, não o tornava uma potência beligerante.
Também não queria aceitar a mediação espanhola pois essa opção colocaria o país em situação de potência secundária, equivalente às monarquias italianas, por exemplo, sendo que desde D. João V, com a outorga pelo papa do título de Rei Fidelíssimo, Portugal tinha ganho o direito a um estatuto de igualdade com as principais potências europeias.
Finalmente, o fecho dos Portos poderia ser considerado pela Grã-Bretanha como uma quebra da aliança, um acto pouco amistoso ou mesmo uma declaração de guerra, sendo qualquer das situações inaceitáveis para os interesses portugueses.
De facto, o governo de D. João queria manter-se equidistante nas guerras europeias, mas sobretudo entre as duas potências que lhe estavam mais próximas. Era um caminho difícil de seguir, necessitando, como necessitou, de avanços e recuos, mudanças rápidas de estratégia, tudo em defesa das posições que eram vistas como essenciais ao interesse nacional.
Foram estas as razões que levaram a este decreto
- Encontro entre as famílias reais ibéricas
domingo, 29 de agosto de 2010
Acontecimentos no ano de 1796
- A criação da Real Biblioteca Pública da Corte
De entre os vários núcleos fundacionais da Casa que é hoje a Biblioteca Nacional, deve destacar-se um importante conjunto que constou de uma Doação feita por Frei Manuel do Cenáculo à Real Biblioteca Pública da Corte antes desta «abrir ao público», em 1796-97, e cujos catálogos próprios foram elaborados por António Ribeiro dos Santos, lente de Coimbra e ex-bibliotecário dessa Universidade, que foi o primeiro bibliotecário-mor da instituição.
Em carta datada de 27 de Setembro de 1796, Frei Manuel do Cenáculo, então Bispo de Beja e afastado do centro da Corte régia, anuncia a Ribeiro dos Santos a intenção de «concorrer muito de graça com algum sortimento» para a Real Biblioteca, doando-lhe uma «destroçada livraria» que possuía.
Tal colecção, cujo «Catalogo Methodico dos Livros» o próprio Ribeiro dos Santos elaborou a à qual viria a chamar «Casa dos Livros de Beja», além de volumosa, é valiosíssimo núcleo de raridades bibliográficas classificados nas áreas das Belas Letras, da Filosofia (como vasta área dos saberes que inclui várias disciplinas científicas ainda, então, não autonomizadas), das Ciências Civis e Políticas, da História, com obras de autores antigos como contemporâneos do doador, manuscritos e impressos, por vezes em edições e exemplares únicos no mundo.
- Reconstrução do Conselho de Estado
- o cardeal patriarca, D.José Francisco Miguel António de Mendonça
- o duque de Lafões,D. João Carlos de Mascarenhas da Silva
- o marquês de Castelo Melhor, D.António José de Vasconcelos Faro e Veiga
- o marquês de Angeja, D. José Xavier de Noronha Sousa Moniz
- o conde de Resende
- o conde de Vale dos Reis
- o conde de Pombeiro, D. José Luís de Vasconcelos e Sousa
- Luís de Vasconcelos e Sousa
- João de Saldanha de Oliveira e Sousa
- D.Alexandre de Sousa Holstein
- D.Diogo de Noronha
- o marquês de Pombal, Henrique José de Carvalho e Melo
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Lançamento da primeira pedra do Palácio da Ajuda
terça-feira, 27 de julho de 2010
O tratado de Basileia e Godoy
- O tratado de Basileia e Godoy
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Acontecimentos no ano de 1794
- Estabelecimento em Portugal de uma Farmacopeia Geral.
- O último auto de fé em Portugal
- Cipriano Ribeiro Freire primeiro embaixador nos Estados Unidos
sexta-feira, 16 de julho de 2010
A campanha do Rossilhão
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Acontecimentos no ano de 1792
- Morte de Luís António Vernay
- O conflito contra a França revolucionária
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Nascimento de D.Maria Teresa
terça-feira, 6 de julho de 2010
A sentença da Inconfidência Mineira
sábado, 3 de julho de 2010
A declaração de regência
- se havia esperança de melhoria
- se haveria demora no reestabelecimento
- se havia possibilidade de alguma aplicação da rainha nos negócios do governo
- se seria prudente utilizá-la nos referidos negócios sem agravar o seu estado