A criação desse tipo de serviço postal surge pela necessidade da nobreza e da burguesia portuguesas manterem intensos contactos com outros estados e mercadores devido à emergência de Portugal como primeira potência marítima terrestre.
O ofício de correio-mor era público, o que dava a qualquer súbdito a prerrogativa de utilizá-lo mediante um pagamento estipulado. O cargo esteve sujeito à nomeação do rei até 1606, quando Filipe II o vendeu a Luís Mata Coronel, primeiro correio-mor das Cartas do Mar, pela quantia de 70.000 cruzados, dando início à primeira dinastia postal do mundo.
Esta família manteve esse monopólio por quase dois séculos, procurando modernizar os serviços. No entanto, somente os mais abastados tinham acesso a este serviço, que era caro e ineficiente.
O correio-mor prestava o serviço por encomenda, não constituindo uma actividade regular, devido principalmente à má conservação das estradas e das condições climáticas, uma vez que as cartas e as encomendas eram entregues a pé ou a cavalo. Os destinatários de além-mar, principalmente do Brasil, tinham de se conformar com a morosidade das rotas marítimas e sua fragilidade.
A nova conjuntura social portuguesa surgida no final do Séc. XVIII, levou a incorporação do serviço postal pela Coroa , estatatizando-o em 1797 por decreto, com o intuito de tornar tal ofício mais eficiente e público.
Desta forma, terminou a actividade postal lucrativa do correio-mor, porém foram dados ao último Correio Mor, Manuel José da Mata de Sousa Coutinho, várias compensações, entre as quais o titulo de Conde de Penafiel
O primeiro director dos Correios "estatizados" foi Luís Pinto de Souza.
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