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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Acontecimentos no ano de 1808-5ºparte

  • Novo governo formado no Brasil

Três dias depois do desembarque foi constituído o novo ministério sendo D.Fernando José de Portugal e Castro o marquês de Aguiar, antigo governador da Baía e antigo vice-rei do Brasil, foi nomeado ministro e secretário de Estado dos Negócios do Reino, Rodrigo de Sousa Coutinho, conde de Linhares, ministro dos Negócios Estrangeiros e da Guerra, salientando-se o afastamento de António de Araújo Azevedo de acordo com o alinhamento político para com a Inglaterra sendo este ministro considerado demasiadamente aberto as posições francesas.

A questão entretanto colocado foi a da instalação de tão numerosa comitiva, que conduziu a verdadeira onda de desocupação dos proprietários que naturalmente causou grande indignação e descontentamento , levando a que houvesse desde logo uma medida régia de fomento de construção em terrenos não aproveitados, estabelecendo isenções ou reduções de décima.

  • A conquista da Guiana francesa
Na sequência da declaração de guerra à França em que se anulavam todos os tratados anteriores entre os dois países, a justificação para a conquista da Guiana era de origem defensiva do litoral brasileiro, dada a relativa proximidade daquela colónia francesa.

Com o apoio duma força naval inglesa, organizou-se uma expedição sob o comando do tenente-coronel Manuel Elvas Portugal, ocupando em Novembro a capital Caiena que capitulou face ao cerco a que esteve sujeito. Embora em Janeiro do ano seguinte se tenham assinado os termos da posse da Guiana por Portugal o certo é que nunca aquele território foi declarado oficialmente como fazendo parte do território nacional.

D.João viria em 1817 abandonado a Guiana após novo acordo com a França, após tentativa de troca com Olivença

  • A revolta no Algarve

Em finais de Maio, ao mesmo tempo que Loison tinha sido enviado para Almeida, uma outra força francesa tinha sido enviada para Alcoutim sob o comando do general de brigada Avril.

Sevilha revoltou-se no dia 26 de Maio, tendo-se organizado uma junta de governo que entregou o comando das forças militares ao general Castaños, comandante do Exército Espanhol , cujo quartel-general era em Algeciras.

Em 10 de Junho, devido aos acontecimentos do Porto, e preparando-se para que o mesmo acontecesse no sul, as forças de Avril e de Maurin foram recolocadas por ordem do general Junot. Ao general Avril foi ordenado que ocupasse Estremoz e Évora, e mandasse um batalhão do Regimento de Infantaria n.º 86 para Elvas.

Ao coronel Maransin, comandante da Legião do Sul, que supria as funções do general Maurin, doente em Faro, que substituísse as forças de Avril em Mértola e Alcoutim e que defende-se o Algarve com o batalhão do Regimento de Infantaria Ligeira n.º 2616.

Era uma decisão controversa já que ao substituir as tropas de Avril, veteranas, pelas de Maurin, pouco fiáveis, abandonava qualquer ideia de apoio à expedição de Dupont, e ao manter um único batalhão no litoral algarvio, permitia a revolta da população contra a ocupação.

De facto, no Algarve, a sublevação começou oficialmente no dia 16 de Junho, dia do Corpo de Deus, em Olhão, sob a direcção do coronel José Lopes de Sousa, governador da praça de Vila Real de Santo António.

Mas a revolta desenvolvia-se desde pelo menos o dia 12 de Junho, véspera do dia de Santo António, possivelmente devido ao conhecimento que se teve em Tavira da revolta do Porto, informação trazida por dois barcos que pescavam naquelas águas.

A actuação dos revoltosos de Olhão, no dia 18, promoveu a revolta de Faro do dia 19 de Junho de 1808, dirigida por oficiais do Regimento de Artilharia n.º 4 (de Lagos).

As tropas francesas começaram a abandonar o Algarve a partir do dia 21 de Junho concentrando-se em Mértola. A coluna francesa chegou a Beja no dia 26 já bem longe do Algarve e sobretudo bem longe da Andaluzia.

Nesta província a luta contra as forças militares francesas continuava como em todo o território espanhol.

Os oficiais britânicos continuavam sem perceber o que se passava em Portugal, muito menos as movimentações das forças francesas, não tendo as forças navais nem as forças terrestres britânicas qualquer influência no decorrer da revolta algarvia e muito menos da andaluza.

O que se passou foi que a revolta das províncias do Norte de Portugal tinha obrigado o comando francês em Portugal a modificar o dispositivo das suas forças, fazendo-o abandonar a ideia de apoiar as forças francesas em Espanha.

A revolta do Algarve permitiu, contudo, que o exército de Castaños não tivesse que se preocupar com a sua retaguarda, quando avançou contra Dupont, em 27 de Junho, já que as forças francesas estacionadas no Algarve tinham abandonado o reino em 21 de Junho.

A ligação entre as diferentes acções militares em todo o espaço ibérico foi uma constante desde o princípio da Guerra.

Referência : O portal da História

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